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Um estudo inédito apontou que um quarto das chuvas das regiões Sul e Sudeste do Brasil é proveniente da região amazônica.

Em entrevista à CNN Rádio, o professor do Instituto de Física da USP Henrique Barbosa explicou que foi utilizada uma tática chamada “rede complexa” para entender o que acontece na Amazônia.

A prática da física entende o mundo de diversas formas, como a compreensão de como uma informação é transmitida pela rede de neurônios do cérebro, por exemplo.

Ou ainda, segundo o especialista, como a rede elétrica transmite a potência de um ponto para outro.

“Passamos a pensar na floresta Amazônia e atmosfera como rede complexa, que transporta a água de um lugar para outro, para entender como a umidade que recebe do oceano e como alcança outras regiões do Brasil.”

O professor destacou que o estudo mostrou que para cada árvore da Amazônia que deve morrer devido aos efeitos humanos – como desmatamentos e efeitos climáticos – mais uma vai morrer sem a ação do homem, como consequência da floresta removida.

“A reciclagem da umidade é muito importante, boa parte das chuvas é devolvida pela floresta de volta para a atmosfera, evapora ou é transpirada de volta, é uma contribuição importante.”

Preservação

Henrique Barbosa, no entanto, afirmou que o estudo não é “pá de cal” sobre o futuro da Amazônia, pelo contrário, porque ele aponta quais as regiões da floresta que sofrem mais com a seca e ação do homem.

“O que a gente tem que fazer é preservar a Amazônia, não só pelo patrimônio, mas pelos serviços ecossistêmicos que ela presta, de exportar água para outras regiões que dependem dela para a produção agrícola.”

Segundo o professor, “ainda há tempo” para reverter a situação, mas é necessário que se tome ação o quanto antes.

*Com produção de Camila Olivo

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