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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em seu discurso na COP27 nesta quarta-feira (17) que o mundo precisa transformar “o enfrentamento das mudanças climáticas em uma forma eficaz de lutar contra a pobreza e a fome”.
Segundo Lula, esse “flagelos serão ainda mais agravados” se não forem tomadas medidas imediatas para se controlar o aquecimento global.
“Nosso compromisso é com a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida de toda a nossa população, para retirar, novamente, o Brasil do vergonhoso Mapa da Fome”, disse, repetindo no cenário internacional a posição adotada desde o início da campanha eleitoral.
O presidente, no entanto, frustrou as expectativas de pessoas que esperavam que ele fosse anunciar o nome de seu novo ministro (ou ministra) do Meio Ambiente ou o chefe do futuro Ministério dos Povos Originários.
Como havia sido prometido por seus aliados, no entanto, o presidente eleito usou o seu discurso para dizer que o Brasil vai voltar ao palco das negociações internacionais.
Venho ao Egito antes mesmo de assumir esse mandato, para anunciar perante os representantes das nações de todo o mundo aquilo que disse a meu povo no discurso da vitória eleitoral: o Brasil está de volta
disse o presidente eleito
Além do posicionamento político, o discurso de Lula colocou um grande foco, como era esperado, nas questões técnicas e financeiras relacionadas ao combate às ameaças climáticas.
E, de início, o petista reconheceu as dificuldades mundiais do momento. “Vivemos um momento de crises múltiplas – crescentes tensões geopolíticas, incluído a volta do risco da guerra nuclear, crise de abastecimento de alimentos e energia, riscos derivados do acelerado desenvolvimento de tecnologias disruptivas, erosão da biodiversidade, aumento intolerável das desigualdades”, afirmou.
Logo depois, no entanto, ele fez várias cobranças ao mundo desenvolvido para assumir suas responsabilidades pela crise climática.
Discurso foi dividido em três partes
O discurso foi dividido em três partes – o presidente eleito adotou diferentes “personagens” para se dirigir ao público do plenário da COP27.
Na primeira parte, ele se identificou como “um simples cidadão deste mundo, nascido numa região pobre e árida, fustigada pela fome e pela seca”, numa referência à sua infância pobre no nordeste brasileiro.
Neste trecho, ele refutou o negacionismo das pessoas e líderes que contestam os dados científicos que mostram o constante aquecimento do planeta.
Na segunda parte, ele se identificou simplesmente como um brasileiro e elogiou a “generosa porção” de natureza dentro do território nacional. Mas também lembrou que a seca de 2021 foi a pior em 90 anos no país, o que obriga o Brasil e agir para mitigar os problemas do aquecimento global.
Lula cobrou os países ricos e disse que eles deveriam honrar imediatamente o compromisso assumido em 2009 de pagar 100 bilhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento para ajudar no enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas.
O presidente eleito também defendeu a criação imediata de um fundo internacional para compensar países que já sofrem com as consequências extremas do clima, o chamado fundo de perdas e danos.
Esse é um ponto central nas discussões da COP27, incentivado especialmente pelo Egito, o país anfitrião. As discussões sobre o tema, no entanto, não tem avançado porque os países ricos tentam evitar se comprometer a pagar essa espécie de indenização às nações mais pobres – que sofrem desproporcionalmente com as mudanças climáticas, embora tenham tido pouquíssima responsabilidade na emissão de gases do efeito estufa.
Por fim, ele discursou como “ um cidadão, que há poucos dias foi eleito democraticamente como Presidente da República”.
Neste ponto, Lula afirmou que “o Brasil trabalhará incansavelmente para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática e assumir os compromissos que acordamos para a redução de emissão de gases de efeito estufa”.
O presidente eleito disse que vai dialogar com outros entes da federação e da sociedade civil para reduzir os efeitos extremos do clima.
O presidente eleito terminou afirmando que o Brasil pretende se aliar a países vizinhos na América do Sul para preservar a Amazônia e também buscará parcerias com os países ricos.
Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a Amazônia e todos os nossos biomas, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. Sabemos que essa cooperação, sob a liderança do Brasil, não afetará nossa soberania nem a integridade de nosso território. Será uma justa troca de saberes
disse Lula.
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