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Dados de janeiro de 2024 apontam que Cerrado e Amazônia tiveram um começo de ano melhor, comparado ao ano anterior

O desmatamento na Amazônia Legal em janeiro de 2024 foi menor 29% quando comparado com o mesmo mês do ao passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgados nesta sexta-feira (09). No total a região perdeu 118,86 km2 de florestas.  No Cerrado, o desmatamento de janeiro teve uma redução de 33% em relação ao mesmo mês do ano anterior. chegando a 295,93 km².

“É importante que o desmatamento no Cerrado tenha reduzido em janeiro, ainda que essa queda não seja permanente e seja muito cedo para celebrar. Mas isso é um indicador de que é possível parar com a tendência de crescimento da degradação e que finalmente o bioma vem recebendo a atenção que merece”, afirma o diretor Executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Mauro Armelin

Ainda segundo ele, “em tempos de negociações de acordos comerciais, como EU & Mercosul, importantes para o Brasil, e a implementação da EUDR que prevê o monitoramento e controle mais rígido da origem e práticas produtivas, impedindo transações contaminadas pelo desmatamento, é preciso acompanhar de perto para que a pressão pelo não desmatamento na Amazônia não faça migrar o desmatamento para outros biomas. Temos reforçado esse ponto em negociações para acordos internacionais, como os citados acima.”, conclui.

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Roraima ultrapassa Mato Grosso e Pará

A redução do desmatamento na Amazônia não é uma surpresa, já que desde o ano passado vem apresentando quedas consecutivas desde que o novo governo adotou novas e restituiu uma série de medidas e planos para conter o avanço da devastação no bioma. O destaque, por outro lado, é que o estado de Roraima conseguiu ultrapassar todos os outros assumindo o posto de liderança. Diante das crises humanitárias que vivem os Yanomami, preocupa a pressão que acontece com o garimpo e desmatamento próximos de seus territórios.

Roraima foi responsável por 27% do total desmatado em toda a Amazônia. A área sob alerta de desmatamento foi de 32,41 km2, enquanto no Pará, segundo da lista, de 32,37 km, ambos tiverem um aumento de 3% em relação a janeiro de 2023. Mato Grosso, caiu do primeiro para o terceiro lugar, com 29,83 km2 desmatados, o que representa uma queda de 57% em relação ao mesmo período do ano anterior. No Amazonas, houve um incremento de 10%, com 15,57 km2 detectados pelo DETER. Rondônia e Maranhão tiveram queda na taxa mensal, no total 5,88 km2 estiveram sob o alerta no primeiro estado e 1,65 km2, o que representa uma redução de 58% e 64%, respectivamente.

Alguns municípios de Roraima figuram entre os que mais desmataram no mês de janeiro. Ainda que Juara, no Mato Grosso, seja o primeiro da lista, com 7,6km² desmatado, é seguido de perto por Rorainopolis, em Roraima, que desmatou 6,21km². Ipixuna, no Pará, é terceiro (5.53km²) e de novo Roraima, aparece com os municípios de Iracema (5,43km²) e Caracarai (4,63km²).

Dentre as áreas protegidas, a do Tapajós lidera longe das outras com 1,38 km². A Floresta Nacional de Roraima, aparece em segunda com 0,16%.

DESMATAMENTO NO CERRADO

No Cerrado, o desmatamento de janeiro teve uma redução de 33% em relação ao mesmo mês do ano anterior. chegando a 295,93 km². Na contramão dos dados agregados verificados para o bioma, o estado do Tocantins, que desde maio do ano passado vem batendo recordes nas taxas mensais na série histórica computada desde 2019, triplicou a área desmatada em janeiro 2024. Ao todo uma área de 118,12 km2 de vegetação nativa foram perdidos. O desmatamento do estado representou sozinho, 40% da área devastada no bioma.

O Maranhão foi o segundo do ranking dos estados que mais desmataram. Com um aumento de 9% a área desmatada neste estado foi de 48,69 km2.  A Bahia apresentou uma queda de 80% na área sob alerta do INPE, ao todo o estado computou 31,52 km2 desmatados. Já no Piauí, a queda foi 92%, a área desmatada neste estado foi de 9,95 km2. O desmatamento na região do Matopiba representou 60% do total observado no bioma em janeiro de 2024.

Puxando a taxa do bioma para baixo, junto com Bahia e Piauí, o Mato Grosso apresentou queda de 32% na área desmatada no Cerrado, a área desmatada no período foi de 26,86 km2. Já os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do sul seguiram a tendência de alta, foram desmatadas áreas de 19,82 km2, 19,12 km2 e 15,87 km2, as quais representaram aumentos de 31%, 27% e 68%, respectivamente.

Por: Aldrey Riechel e Cintia Cavalcanti

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