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No mês de julho a área sob alertas de desmatamento na Amazônia foi de 499,91 km2, o que representa uma queda de 66,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O índice revela também uma queda de 24,6% em relação ao mês de junho, quando a área desmatada foi de 663 km2. Os dados foram divulgados pelo governo federal em uma coletiva de imprensa com a presença da Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

A queda ocorre em meio ao período mais crítico, no qual são geralmente registradas as taxas mais altas em função do período de seca no bioma. Dados acumulados de janeiro a julho revelam ainda uma redução de 42,5% na área desmatada no bioma, no total foram derrubados 3.148,63 km2 de florestas, a menor área acumulada registrada desde 2018.

“Quando se vê o aumento das operações, das multas, dos embargos, das apreensões, e a retirada de gado de áreas embargadas, isso cria um círculo virtuoso em que não há mais expectativa de impunidade. Cada um que comete crime pensa duas vezes antes de praticá-lo, sabe que está sendo monitorado por satélite e que vai ter ação dos órgãos de fiscalização”, disse Marina.

“A redução do desmatamento demonstra que ações de fiscalização e controle estão surtindo efeito na Amazônia, e devem estimular ainda mais o apoio nacional e internacional para a proteção no bioma. Mas a atenção voltada para o bioma não deve obscurecer a necessidade de coordenar esforços em todos os biomas brasileiros, assim como a necessidade de aplicação da legislação florestal que tem instrumentos fundamentais que precisam sair do papel”, afirma Mauro Armelin, diretor executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.

O Pará concentrou a maior parte da área sob alertas, com 236,82 km2, seguido pelo Amazonas (92,39 km2), Mato Grosso (85, 54 km2), Rondônia (45,27 km2) e Acre (24,95 km2), Maranhão (8,55 km2) e Roraima (5,45 Km2). Já na lista de municípios, seis são do estado do Pará, tendo São Félix do Xingu ocupado a primeira posição, (38,01 km2), seguido de Altamira (28,10 km2) e Portel (19,39 km2).

Cerrado

No Cerrado, 599,23 km² estiveram sob alertas de desmatamento, um aumento de 23% em comparação ao mesmo período do ano passado e de 21,7% em relação aos sete primeiros meses do ano anterior. A região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) continuou sendo a área mais pressionada.

Durante a coletiva, o governo anunciou que tem trabalhado para obter informações sobre autorizações de supressão da vegetação nativa, já que “no Cerrado, temos uma situação que é complexa em função da incidência de desmatamento com autorização dos Estados”, disse Marina. No bioma, proprietários rurais podem desmatar até 65% de suas áreas, enquanto na Amazônia só é permitido desmatar 20% da área.

A ministra ressaltou ainda que passada a fase das ações emergenciais, chega o momento de ações estruturantes. “Ninguém sustenta um processo complexo como esse, apenas com atitude de força, de comando e controle. Elas são importantes, mas há outro trilho que está previsto no PPCDam, que é o investimento em atividades produtivas sustentáveis, marcos regulatórios, a parte de ordenamento territorial e fundiário e uma coisa muito importante que me anima muito: o ministro da Economia, Fernando Haddad, está coordenando, já em fase de finalização a transição ecológica brasileira”, afirmou.

“Considerando que grande parte dos alertas de desmatamento estão em áreas com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) será de suma importância engajar os produtores rurais nessa transição para uma economia verde, dando alternativas e incentivos para práticas sustentáveis, de modo que possam escolher qual futuro deixarão para as próximas gerações”, afirma Cintia Cavalcanti, Analista do Programa de Cadeias Agropecuárias.

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