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O ano de 2023 continua positivo para a Amazônia, que no mês de novembro atingiu a menor taxa de desmatamento da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE). Foram 201,1km² desmatados, uma redução de 64% em comparação ao ano anterior, quando o desmatamento foi de 554,66km². Mesmo em comparação ao mês anterior, de outubro, a redução é alta: 54%.
As boas notícias da Amazônia foram um dos cases de sucesso levados pelo governo brasileiro para a 28ª Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes. Os dados do Prodes, satélite do INPE que faz uma apuração anual já tinha apontado uma redução de 22,3% na taxa anual (de agosto de 2022 até julho de 2023). Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve sua promessa de zerar o desmatamento até 2030.
Para o analista ambiental do Ibama, Jair Schmitt essa redução é importante já que saímos de uma tendência de aumento do desmatamento. “É uma redução importante e sinaliza um compromisso do governo brasileiro de buscar essa redução de desmatamento zero até 2030, ainda há muito o que se fazer pela frente, nós temos ainda 9 mil quilômetros desmatados, que na sua maioria é ilegal, e esse trabalho não só do Ibama, mas agora com a restituição do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAm) você tem várias outras ações sendo executadas em conjunto com diversos órgãos federais e também em algumas medidas com órgãos estaduais para se se atingir esse compromisso”, afirma.
Mas enquanto as atenções se voltam para a Amazônia, o desmatamento no Cerrado explode. Comparado ao ano anterior, os 571,61km² do mês de novembro representam um aumento de 238% comparado ao mesmo mês do ano anterior. A taxa é a maior da série histórica, com informações desde 2018.
“Os dados apresentam a complexidade da situação do Brasil, com o sucesso na contenção do desmatamento na Amazônia contrastando com a situação do Cerrado, sendo que o maior desafio, para além da fiscalização, é a mudança da mentalidade do setor agrícola, onde hoje é a vez do Cerrado e amanhã a fila anda e a Amazônia vai dançar. Precisamos avançar com a implementação do Código Florestal, mas também com os incentivos para a conservação”, afirma o diretor executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Mauro Armelin.
Geografia do desmatamento
Na contramão dos demais estados compreendidos pela região, Maranhão, Roraima e Amapá registraram alta no desmatamento em novembro de 2023 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Apesar de sua pequena contribuição – juntos os estados responderam por 33,98 Km2, o que representa menos de 17% da área total desmatada – o aumento significativo nas taxas, que variaram entre 122% e 319%, chama a atenção diante do cenário de queda. Com a alta do desmate no Maranhão o estado passa a ser o terceiro do ranking dos estados com maiores taxas de desmatamento, ultrapassando o estado do Amazonas, com uma derrubada de 23,15 km2 contra 13,93 km2 neste estado.
Por: Aldrey Riechel e Cintia Cavalcanti
Colaborou Nicole Matos