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Uma espessa nuvem de fumaça encobriu regiões de Manaus entre a noite de quarta-feira (27) e a manhã desta quinta-feira (28).

Segundo informações do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), lançado nesta semana por estudantes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a qualidade do ar em grande parte da capital amazonense estava em nível considerado péssimo.

Bairros entre as regiões centro-sul e leste, como Aparecida, Aleixo, Coroado e Adrianópolis foram os mais afetados. Nessas áreas, os níveis de qualidade do ar, medidos pela concentração de partículas inaláveis, chegaram a ficar mais de dez vezes acima do nível considerado bom, de acordo com a escala do Selva.

Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Defesa Civil do Amazonas, a fumaça se deve às queimadas registradas nos últimos dias, “sobretudo nos municípios da região metropolitana de Manaus, como Iranduba, Autazes e, mais recentemente, Rio Preto e Itacoatiara”.

Ainda segundo o comunicado, “fatores climáticos mais intensos, neste ano, têm acentuado a concentração de fumaça na região. O superaquecimento do Pacífico, causado pelo Super El Niño, tem feito a capital bater recordes de calor, dificultando a formação de chuvas e a dispersão da fumaça”, afirmam os órgãos.

No começo da tarde desta quinta-feira (28), os níveis de poluição no ar já retornaram a patamares mais baixos. Às 13h, o bairro Morro da Liberdade, na zona Sul de Manaus, era o que apresentava o pior índice, mas ainda dentro da faixa considerada moderada.

Queimadas bateram recorde histórico no Amazonas em setembro

Estudos divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e analisados pela CNN Brasil reforçam o quadro de dificuldade no norte do país.. Segundo o instituto, o número de focos de incêndio detectados no estado do Amazonas em 2023 superou a média histórica para o mês de setembro, antes mesmo do fim do mês.

Até o dia 19 de setembro foram registrados 5.186 focos de incêndio, número 72,6% maior do que a média mensal histórica, de 3.003. O monitoramento é feito desde 1998.

Segundo o Corpo de Bombeiros do Amazonas, 1.193 ocorrências de incêndio foram atendidas entre os dias 12 de julho e 17 de setembro, sendo 473 somente em Manaus.

O Amazonas também enfrenta uma estiagem desde fevereiro, último mês de chuva volumosa no estado.

De acordo com a Climatempo, a chuva tem ficado abaixo da média mensal desde março, colaborando com o tempo seco e aumentando, indiretamente, a incidência de queimadas.

Segundo o governo do estado, 13 municípios já decretaram situação de emergência, com projeção de que o número chegue a 59 até o fim de outubro.

*Sob supervisão de Marcos Rosendo

Veja também: Seca pode afetar 60% do transporte no rio Amazonas

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