O Brasil diminuiu em 36% a perda de floresta primária em 2023 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela organização Global Forest Watch, mostrando a maior redução na velocidade do desmatamento desde 2015.

O estudo, feito pelo GFW com dados do Laboratório de Análise e Descoberta Global de Terras da Universidade de Maryland, mostra que o Brasil ainda é o país com maior perda florestal anual, pelo tamanho da floresta que possui, mas perdeu importância relativa no mundo. Em 2022, o país representava 43% da perda florestal no mundo, e chegou a 30% do total em 2023.

A redução brasileira, segunda maior no mundo depois da Colômbia, que reduziu em 49%, foi ocupada por aumentos na Bolívia, na República Democrática do Congo e na Indonésia, segundo o estudo.

A redução coincide com os dados de queda de desmatamento levantados pelo governo brasileiro em 2023, e o estudo atribui a mudança às políticas implementadas pelo governo depois da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Desde sua eleição, o presidente Lula tomou medidas para reduzir a perda florestal, incluindo a revogação de medidas contrárias ao meio ambiente e reforçando a fiscalização. Essas mudanças parecem estar tendo um impacto na velocidade da perda florestal, apesar de ainda permanecer mais alta que o seu ponto mais baixo, no início dos anos 2010”, diz o estudo.

O levantamento ressalta, no entanto, que a queda se concentra na Amazônia, como mostram também os dados de desmatamento do governo brasileiro. O Cerrado teve um aumento de 6% na velocidade de perda da cobertura vegetal, mantendo um padrão dos últimos cinco anos. O Pantanal, devido às queimadas de 2022, também teve um pico de aumento, mas ainda menor que em 2020, pior ano para a região.

Entre agosto de 2022 e julho de 2023, a redução de desmatamento na Amazônia brasileira foi de 22,4% de acordo com os dados oficiais do governo, do sistema Prodes. No entanto, dados de alerta do sistema Deter para o ano completo de 2023 apontam para uma queda de 50% em relação a 2022.

Já no Cerrado os dados do governo também mostram um aumento preocupante do desmatamento, e os dados do Deter mostram 7,8 mil km² sob alerta de desmatamento.

Informações de Lisandra Paraguassu, da Reuters

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