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Desmatamento na Amazônia e no Cerrado tiveram redução de 47% e 30% respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano anterior

Contrariando anos anteriores, o desmatamento na Amazônia não aumentou no mês de abril, quando tradicionalmente começa o período de secas na região que facilita a extração de madeira. Pelo contrário, dados divulgados nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) apontam queda de 47% na área desmatada na Amazônia Legal em relação ao ano anterior. Foram 173,86 km2 desmatados este ano.  

No acumulado, de janeiro a abril a área desmatada na região foi de 681,03 km2 contra 1.173,4 km2 no mesmo período em 2023, uma redução de 42%. “O desmatamento zero na Amazônia e no Cerrado são urgentes. A tragédia recente no Rio Grande do Sul, causadas às mudanças climáticas, evidencia a urgência de preservar cada quilômetro quadrado dessas regiões e dos outros biomas no país. Não podemos mais normalizar os números alarmantes de destruição ambiental, pois os problemas climáticos não são mais um problema do futuro. São problemas do presente”, afirma Mauro Armelin, diretor executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.

Geografia do Desmatamento

A tendência de queda mensal em abril foi observada na maioria dos estados da Amazônia Legal, com exceção de Roraima, que registrou um aumento de 59%. O Mato Grosso foi o estado com a maior área desmatada (82,92 km2) em abril, contudo na comparação com ano anterior, a área é 72% menor que a registrada no mesmo período. No Pará, segundo da lista, a área desmatada foi de 28,07 km2, o que representa uma queda de 67% na taxa mensal. Em Roraima, a área desmatada foi de 25,74 km2, o estado ficou terceiro lugar. No Amazonas, quarto da lista, a área derrubada foi 25,25 km2, representando uma queda de 72%. Já Rondônia teve uma queda de 83% na taxa mensal, ao todo o estado perdeu 7,99 km2 de florestas, ficando na quinta posição.

Em comparação às taxas registradas em março de 2024, todos os estados tiveram queda na área desmatada, com exceção de Mato Grosso, onde a área desmatada mais que dobrou. A queda quase generalizada chama a atenção visto que vai na contramão da tendência observada nos demais anos da série histórica, em que há aumento gradativo na taxa à medida que o período das secas se inicia. Dentre os dez municípios com maior área desmatada na Amazônia Legal, sete são do Mato Grosso e juntos responderam por 61% da área desmatada no estado em abril.

Matopida concentra 83% dos desmatamentos no Cerrado em abril

No Cerrado, os dados mensais consolidados do INPE mostram a perda de 547,25 km2 de cobertura no bioma, o que representa uma queda de 30% na taxa do desmatamento em abril em relação ao ano anterior. No agregado de janeiro a abril houve queda de 8% na área sob alerta em relação ao mesmo período do ano passado, ao todo foram derrubados 2.197,81 km2.

A maior parte dos estados com áreas de Cerrado registrou queda na taxa mensal em abril, a maior redução do desmatamento, tanto em termos relativos quanto absolutos, foi observada na Bahia, onde a queda foi de 70%. O estado teve uma área sob alerta do Deter de 68,23 km2 no período. No Mato Grosso e em Goiás, a área de Cerrado desmatada também caiu significativamente (64% e 50%, respectivamente), ao todo os estados tiveram 14,71 km2 e 19,61 km2 desmatados, nesta ordem.  Os estados de Piauí e Minas Gerais tiveram alta de 19% e 7% na taxa em comparação ao mesmo período do ano passado, com 55,3 km2 e 19,61 km2 desmatados respectivamente.

O Maranhão foi o estado que registrou a maior perda de vegetação nativa, ao todo o estado desmatou 167 km2 de Cerrado, seguido por Tocantins (166,23 km2), Bahia e Piauí. Juntos, os estados que compõem a região do MATOPIBA responderam por 456,76 km2 de desmatamento no Cerrado, ou 83% da área desmatada no bioma em abril.

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