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No entanto desmatamento no Cerrado segue em alta e as queimadas trazem impactos à região
Dados do sistema de detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de setembro mostram que o desmatamento na Amazônia Legal segue em queda em relação ao mesmo período do ano passado, com uma redução de 59,4%. Já em relação ao mês anterior, os números mostram um acréscimo de 4,8%. Ao todo, 590,3 km2 de florestas foram perdidos em setembro.
Os dados agregados de 2023, que contabilizam a área desmatada na região entre janeiro e setembro, somam 4.302 km2 contra 8.590 km2 durante o mesmo período em 2022, uma redução de 49,9%. A queda do desmate na Amazônia Legal reflete a queda das taxas de desmatamento nos estados do Acre (84,5%), Rondônia (79,3%), Amazonas (66,7%), Mato Grosso (65,7%) e Pará (46,9%). Por outro lado, foram observados aumentos das taxas nos estados de Roraima (67,4%), Amapá (35,2%) e Maranhão (20,5%), contudo, em conjunto, os estados apresentaram uma contribuição de 5,4% da área de floresta derrubada na região.
“O declínio de 59% no desmatamento da Amazônia comparado com o mesmo mês de 2022, é um sinal positivo de que o atual governo vem obtendo êxito, no entanto, esse resultado precisa estar ligado a uma estratégia mais ampla e abrangente. O desafio não se limita apenas à Amazônia, já que o desmatamento no Cerrado continua em alta. É crucial que o governo coordene esforços para envolver os estados na conservação desse bioma e pense em uma revisão da regulamentação sobre o uso do fogo para se adequar ao novo contexto climático, que está gerando efeitos locais e globais, com eventos extremos, como secas na Amazônia e inundações no Sul. É um trabalho complexo, mas já aprendemos que o clima é afetado por multifatores, sendo interconectado. Da mesma forma, as ações ambientais precisam seguir essa lógica”, afirma do Diretor Executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Mauro Armelin.
O Pará seguiu no topo da lista, com 282,27 km2 desmatados, quase a metade de toda a área desmatada na região. O estado foi seguido pelo Mato Grosso (116,57 km2 ), Amazonas (94,65 km2 ), Roraima (45,64 km2 ) e Acre (18,67 km2 ). Juntos, os estados responderam por 94,6% do desmatamento em setembro de 2023.
Cinco entre os dez municípios com maior área desmatada são paraenses, juntos eles responderam por 39% da área desmatada neste estado no período. Altamira e São Félix do Xingu ficaram em primeiro e segundo lugar, com 33,71 km2 e 30,37 km2. Santarém, Uruara e Senador Jóse Porfírio ocuparam 4º, 5º e 10º lugares, com 19,41 km2, 15,77 km2 e 10,63 km2. Nova Santa Helena e Colniza no Mato Grosso ficaram em 3º e 8º lugar, com 24,31 km2 e 12,37 km2 desmatados. Lábrea e Japura no Amazonas ficaram em 7º e 9º lugar, com 12,64 km2 e 10,69 km2, respectivamente.
Desmatamento no Cerrado bate recorde no mês de setembro
Enquanto os números do desmatamento seguem em queda na Amazônia, no Cerrado o DETER registrou um aumento de 89% em setembro em relação ao mesmo período de 2022. O bioma perdeu ao todo 516,73 km2 de cobertura de vegetação nativa, a maior taxa registrada para o mês de setembro desde o início da série histórica em 2019. A área representa um acréscimo de 11,5% em relação a agosto. Ao todo, desde o início do ano, uma área 5.999,5 km2 de Cerrado foi desmatada. O número representa um aumento de 23,7% em comparação com a área desmatada entre janeiro e setembro de 2022.
Dentre os estados que tiveram as maiores taxas de desmatamento no bioma estão o Maranhão (155,65 km2), Bahia (90,54 km2), Tocantins (83,6 km2), Minas Gerais (48,85 km2) e Piauí (47,84 km2). Com exceção da Bahia, que teve uma queda de 7,6% na taxa de desmate, todos os estados abrangidos pelo Cerrado registraram aumento em relação a setembro de 2022. Em termos percentuais, registraram maiores aumentos os estados de Tocantins (281,7%), Minas Gerais (277,5%), Mato Grosso do Sul (191,7%), Maranhão (133,6%) e Mato Grosso (80,4%).
Na comparação com o mês anterior (agosto de 2023), houve um aumento de 11,5% na taxa de desmatamento no bioma. Os estados que tiveram maior participação nesse aumento foram Maranhão e Minas Gerais, nos quais registrou-se um aumento de 47,3% e 30,8% entre as taxas de agosto e setembro.