Cada um dos cerca de 60 mil policiais militares da Amazônia Legal são responsáveis em média pelo patrulhamento de uma área quatro vezes maior que os colegas das demais corporações no Brasil, conforme o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto Mãe Crioula.

A média nos nove estados da região é de 83 km², enquanto policiais militares brasileiros patrulham, em média, 21 km² – cada quilômetro quadrado equivale aproximadamente a 100 campos de futebol.

Essa diferença é esperada em função das próprias dimensões territoriais da Amazônia, mas reflete também questões de infraestrutura relacionadas às forças de segurança da região.

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Somados os nove estados (Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), as Secretarias de Segurança Pública possuem 19 aeronaves e 24 helicópteros, enquanto a pasta de São Paulo tem 4 aviões e 29 helicópteros, embora a Amazônia seja 20 vezes maior que o estado mais rico do país.

Outra dificuldade apontada pela diretora executiva do Fórum, Samira Bueno, é a retenção de servidores em ambas as polícias estaduais nas áreas mais afastadas dos estados da Amazônia Legal.

“Mesmo estados com uma boa política de remuneração de policiais, como o Pará, enfrentam dificuldade para manter continuidade nas equipes que atuam em regiões distantes das capitais. Isso tem impacto não só no policiamento ostensivo, mas nas investigações, realização de perícias, entre outras atividades de segurança pública.”

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