Estudos da Universidade Federal do Pará (UFPA) já descobriram e relataram 21 novas espécies de peixes no rio Xingu nos últimos 10 anos. Dessas, 16 são endêmicas, ou seja, são encontradas apenas nas águas do rio, que nasce no Mato Grosso e deságua no rio Amazonas.

As pesquisas conduzidas por cientistas da instituição formam, atualmente, um dos maiores bancos de dados da América Latina sobre o assunto. É o que diz Bruno Bahiana, gerente socioambiental da Norte Energia — concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

“O que observamos é que ao longo do processo, esse monitoramento se mostrou muito maior é já um grande legado, sendo um dos maiores bancos de dados de espécies de peixes da América Latina”, afirmou.

As pesquisas são conduzidas no Laboratório de Aquicultura de Peixes Ornamentais do Xingu (Laquax) e no Laboratório de Ictiologia de Altamira (LIA), que foram construídos e equipados pela concessionária como parte da contrapartida pela concessão da usina.

O LIA trabalha analisando e identificando as espécies do rio Xingu, enquanto o Laquax tem como foco o desenvolvimento de técnicas de reprodução de peixes ornamentais em cativeiro.

Boa parte dos peixes catalogados são ornamentais, já que a região é conhecida por ter espécies lindas — o que chama a atenção do mercado clandestino. O acari-zebra, por exemplo, chega a ser vendido por até US$ 2.000 (cerca de R$ 10.000).

O trabalho de catalogação é importante para perpetuar espécies que, com a atuação do tráfico de animais, podem ser colocadas em risco de extinção.

Esse é o caso do acari-zebra marrom, que, segundo o professor da UFPA Leandro Sousa, é “a espécie com menor distribuição geográfica conhecida para o gênero”. Ela pode ser encontrada apenas em alguns pontos da Volta Grande do Xingu, na cidade de Altamira, no Pará.

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